Futebol

Descobre o estilo tático de Ruben Amorim, o novo treinador do Manchester United

A 1 de novembro de 2024, pouco antes do meio-dia, as redes sociais do Manchester United anunciavam um dos eventos mais aguardados do ano no mundo do futebol europeu – a contratação de Ruben Amorim pelos “Red Devils” ao Sporting CP, que, por sua vez, encaixou €1 milhão a mais com a transferência.

O treinador português, de 39 anos, tinha previsto anunciar oficialmente a sua saída do clube de Alvalade nesse mesmo dia, para colocar um ponto final à “novela”, mas apenas durante a conferência de imprensa que se seguiria àquela que viria a ser uma goleada em casa frente ao Estrela da Amadora por 5-1, por volta das 22h00.

Com a antecipação da notícia por parte do Man. United, os adeptos d’«Os Leões» foram confrontados com um misto de emoções: houve alegria, atendendo à concretização das ambições profissionais de Amorim.

Houve também gratidão, pelos títulos conquistados em nome do Sporting: duas Primeiras Ligas, nas épocas de 2020/21 (depois de 19 anos sem que os “Verdes e Brancos” conquistassem o campeonato nacional) e 2023/24, duas Taças da Liga consecutivas, nas épocas de 2020/21 e 2021/22, e a Supertaça Cândido de Oliveira, em 2021, também disputada em 2024 com o Porto, o último jogo de Sérgio Conceição à frente d’«Os Dragões».

Por último, houve tristeza, algo que era inevitável sentir por um dos treinadores mais acarinhados da história do Sporting.

A bwin, a maior plataforma online de apostas desportivas em Portugal, traz-te este artigo para que descubras mais sobre os contornos do contrato entre Ruben Amorim e o clube de Old Trafford, o seu estilo tático e as expectativas que os adeptos dos “Red Devils” têm em relação ao jovem treinador português.

O contrato de Amorim com o Manchester United

A acompanhar o anúncio nas redes sociais, os “Red Devils” emitiram um comunicado a explicar os detalhes do contrato de Ruben Amorim.

Prevê-se que o vínculo tenha uma duração total de três épocas, até 2027, com a opção de uma época adicional; a proposta apresentada ao Sporting foi efetuada de imediato, tendo-se o Manchester United comprometido a saldar a cláusula de rescisão de Amorim com o clube de Alvalade por €10 milhões, com um acréscimo de mais €1 milhão, para que o processo fosse acelerado.

Celebrado por ter revitalizado “Os Leões” e ter vencido o campeonato nacional ao fim de quase duas décadas a seco, Amorim tem agora a árdua tarefa de guiar os “Red Devils” para fora de águas turbulentas, encontrando-se em 14.º lugar na classificação da Premier League aquando do anúncio da transferência do técnico português.

A sua chegada foi encarada pelos adeptos do clube de Old Trafford como uma lufada de ar fresco, com a capacidade de revigorar a principal equipa de futebol masculina e os “Red Devils” na sua generalidade.

Amorim foi oficialmente apresentado aos adeptos a 11 de novembro, apesar de a sua documentação ainda carecer de validação da parte do Estado britânico e da Federação Inglesa de Futebol, um pequeno obstáculo que ficou rapidamente resolvido.

O técnico deu ainda mais alento aos “Red Devils” enquanto orientou os seus últimos jogos ao comando do Sporting, sendo que um deles compreendeu uma partida no âmbito da Liga dos Campeões da UEFA face à némesis do United, o Manchester City, liderado por Pep Guardiola – uma das maiores rivalidades do futebol mundial.

Disputado a 5 de novembro no Estádio de Alvalade, o grande teste de Ruben Amorim não começou da melhor forma, depois de Phil Foden, médio inglês de 24 anos, ter inaugurado o marcador aos 4 minutos para o City, batendo Franco Israel, guardião uruguaio de 24 anos; no entanto, o trunfo que “Os Leões” têm na manga desde 2023, Viktor Gyökeres, ponta-de-lança sueco de 26 anos, assegurou o empate antes do intervalo, aos 37 minutos.

Na segunda parte, logo aos 49 minutos, Gyökeres converteu uma grande penalidade, não dando hipóteses a Ederson Moraes, guarda-redes brasileiro de 31 anos, atribuindo a vantagem ao Sporting, um cenário que duraria até ao final da partida, embora com mais dois golos para os “Verdes e Brancos” – aos 46 minutos, produto de Maxi Araújo, defesa uruguaio de 24 anos, e de mais uma grande penalidade convertida por Gyökeres, aos 80 minutos.

Depois da pausa internacional, o campeonato inglês foi retomado e, após o contacto inicial com o plantel, a primeira partida de Amorim ao comando do United decorreu no dia 24 de novembro, frente ao anfitrião Ipswich Town, de Suffolk – um encontro que abordaremos dentro de instantes.

A filosofia de jogo de Ruben Amorim

A nomeação de Ruben Amorim na qualidade de novo treinador do Manchester United, na sequência da demissão do dinamarquês Erik ten Hag, de 54 anos, constitui um marco histórico para o clube de Old Trafford, sugerindo que os “Red Devils” necessitavam de reinvenção estratégica e inovação tática.

As táticas de Amorim ao comando do Sporting CP entre 2020 e 2024 valeram ao técnico, como tivemos já oportunidade de te mostrar, substanciais sucesso e admiração da parte dos principais dirigentes do futebol europeu.

A filosofia de jogo do novo treinador do Manchester United encontra-se enraizada, sobretudo, na manutenção da posse de bola e numa abordagem de alta intensidade em que a prioridade é também dominar o espaço disponível em campo.

A formação em 3-4-3 é fundamental para esta estratégia, um aspeto empregado com sucesso no Sporting, uma vez que este sistema se foca especialmente em elementos como versatilidade e fluidez de jogo, exigindo aos jogadores que se adaptem rapidamente a transições entre posições defensivas e ofensivas.

Detalhadamente, a filosofia de jogo de Ruben Amorim compreende os seguintes elementos:

Pressão

Os atletas pressionam incansavelmente os seus adversários ao longo de toda a extensão do relvado, forçando-os a cometer erros e, por conseguinte, a criar oportunidades para a recuperação da posse de bola nas áreas de maior perigo.

Abertura de jogo

Os extremos são essenciais nesta abordagem, assumindo o papel bivalente de defesas sólidos e ameaças ofensivas.

Rotatividade

Amorim sublinha a importância de uma movimentação constante e inteligente, de modo a assegurar que os jogadores se encontram sempre em posições que lhes permitam tirar proveito das fraquezas da formação dos adversários.

Esta filosofia requer não só disciplina tática, como também a preservação da forma física dos jogadores, algo que será fundamental para os atletas do Manchester United se adaptarem à intensidade do estilo de jogo do técnico português.

Como é que Ruben Amorim pode transformar o Manchester United?

A transformação do United numa formação coesa sob a orientação de Amorim irá requerer ajustes significativos, sobretudo face aos seguintes aspetos:

Estabilidade defensiva

O sistema de 3-4-3 de Amorim recai sobre um trio defensivo para manter a compostura, pelo que os defesas da formação de Old Trafford terão de se adaptar rapidamente ao estabelecimento de linhas de passe eficazes.

Progressão nas alas

A eficácia das táticas de Amorim assenta também no desempenho dos extremos, o que implica a necessidade de refinar a noção espacial dos jogadores, assim como a respetiva resistência física, para que a consistência se mantenha tanto na defesa, como no ataque.

Versatilidade ofensiva

A abordagem de Amorim incentiva uma ofensiva fluida em que os avançados trocam de posição com vista a criar imprevisibilidade e, por conseguinte, a confundir o adversário.

O histórico do técnico português à frente do Sporting sugere que Amorim tem tudo aquilo de que necessita para impor disciplina e união, qualidades que têm faltado ao United nos últimos anos.

Desafios e expectativas para Ruben Amorim na Premier League

São inúmeros os desafios que Amorim tem pela frente, enquanto se adapta às exigências da Premier League, como por exemplo:

Ritmo e intensidade

A intensidade do campeonato inglês requer elevados níveis de preparação física e mental que testarão tanto o técnico, como os seus jogadores.

Conquista de confiança

A implementação de uma nova filosofia tática a meio da época é, por si só, desafiante, mas mais ainda com jogadores habituados a sistemas completamente diferentes.

Como tal, Amorim terá de conquistar a confiança e a dedicação dos seus atletas.

Pressão da comunicação social e dos adeptos

O escrutínio efetuado a uma potência futebolística como o Manchester United da parte da imprensa desportiva inglesa, bem como dos seus adeptos, é incomparável, razão pela qual Amorim terá de aprender a gerir expectativas, mantendo-se, no entanto, fiel aos seus princípios.

Em todo o caso, e apesar de todos estes desafios, as potenciais recompensas valem imenso a pena.

Se a filosofia de jogo de Ruben Amorim for bem-sucedida junto do plantel do United, o clube de Old Trafford poderá regressar aos tempos áureos de Sir Alex Ferguson, um dos treinadores com mais títulos do mundo do futebol, ou, quando muito, assimilar as primeiras épocas do compatriota José Mourinho, “The Special One” (“O Especial”), sendo que o próprio Amorim já sugeriu à imprensa inglesa que poderia ser “The Smiling One” (“O Sorridente”).

A estreia de Amorim na Premier League: Ipswich Town vs. Manchester United

Prometemos um pouco mais acima que abordaríamos o primeiro jogo de Amorim à frente do Manchester United, a contar para o campeonato inglês, e é isso mesmo que faremos a partir deste momento, embora sucintamente.

Os “Red Devils” foram recebidos em Portman Road pela formação de Kieran McKenna, treinador britânico de 38 anos, às 16h30 de domingo, 24 de novembro de 2024, sendo que Amorim não estava sozinho, acompanhado de outros dois portugueses a jogarem sob a sua orientação – Bruno Fernandes, médio-atacante de 30 anos e capitão do United, e Diogo Dalot, defesa de 25 anos, ambos representantes da Seleção A de Portugal.

A estreia do técnico português não podia ter corrido melhor, uma vez que Marcus Rashford, avançado inglês de 27 anos, inaugurou o marcador para o United logo aos 2 minutos, uma vantagem que duraria até aos 43 minutos de jogo, quando Omari Hutchinson, médio-atacante e extremo inglês de 21 anos, restabeleceu a igualdade.

Apesar de uma maior posse de bola da parte dos “Red Devils”, as oportunidades de golo foram poucas, uma vez que os jogadores de Amorim ainda estavam a procurar adaptar-se ao seu sistema de 3-4-3, pelo que o resultado se manteve até ao apito final de Anthony Taylor, de 46 anos, o juiz da partida.

Há quem sugira que este não foi um bom começo para Amorim na nova fase da sua carreira, mas não devemos esquecer-nos de que a lenda viva do United, Alex Ferguson, perdeu no seu primeiro jogo à frente dos “Red Devils” por duas bolas a zero com o Oxford United, em 1986, tendo posteriormente revolucionado o clube de Old Trafford e conquistado inúmeros troféus.

Apesar de ter somado apenas um ponto na Premier League, o United já ascendeu à 12.ª posição da tabela e a expectativa é de que assim continue, considerando que ainda há muito campeonato para jogar e, como tal, tempo mais do que suficiente para o plantel se adaptar à filosofia de jogo de Ruben Amorim, “The Smiling One”.

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