Desde 1896 que os Jogos Olímpicos Modernos têm servido de palco a sucessos extraordinários, histórias inspiradoras e controvérsias memoráveis.
Ao longo deste artigo, da autoria da bwin, a maior plataforma online de apostas desportivas em Portugal, exploraremos alguns dos momentos mais icónicos que definiram o percurso deste grandioso evento desportivo que regressou ao ativo depois de ter sido esquecido durante cerca de 1500 anos.
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Os momentos mais icónicos dos Jogos Olímpicos
Os Jogos Olímpicos não consistem apenas em excelência desportiva, mas também em momentos que transcendem o conceito de desporto propriamente dito, tocando em questões culturais, políticas e sociais.
Tendo esta consideração em mente, passemos agora a perscrutar alguns desses momentos, sobretudo os mais simbólicos e, por conseguinte, memoráveis.
Atletas lendários e suas conquistas
1. Jesse Owens (1936, Berlim)
James Cleveland Owens (1913-1980), mais conhecido por Jesse Owens, foi um atleta afroamericano de apenas 22 anos que, na edição dos Jogos de 1936, em Berlim, capital da Alemanha Nazi, estilhaçou o mito patrocinado por Hitler e pela propaganda do seu regime totalitário de que os arianos eram a “raça suprema” ao conquistar quatro medalhas de ouro em provas de atletismo.
A sua amizade com o atleta alemão Carl Ludwig “Luz” Long (1913-1943) tornou-se um símbolo de união face a tensões políticas cujas drásticas repercussões viriam a sentir-se com uma ainda maior intensidade cerca de três anos depois, com o espoletar de um novo conflito à escala global; as Olimpíadas só regressariam no período pós-guerra, organizadas em 1948 a partir de Londres.
Apesar de ter provado perante 49 nações que ser ariano não era sinónimo de supremacia, Owens não foi reconhecido como herói nacional no seu regresso aos Estados Unidos.
A discriminação racial de que era alvo numa América segregacionista traduziu-se por um desfile em Manhattan, Nova Iorque, e uma cerimónia de comemoração do seu sucesso no hotel Waldorf Astoria, cujo pessoal lhe barrou a entrada pela porta principal, obrigando-o a dirigir-se às traseiras e a subir num elevador de carga; nem o presidente de então, Franklin D. Roosevelt, lhe dirigiu um convite para ser recebido na Casa Branca, em Washington, D.C.
Se a história de Owens não teve um final feliz, a de Long foi muito pior, desafiando Hitler publicamente ao abraçar Owens em pleno Estádio Olímpico de Berlim, para testemunho de todos os espectadores; Long viria a servir nas Forças Armadas Alemãs durante a II Guerra Mundial, acabando morto em combate em julho de 1943, depois de os Aliados invadirem a Sicília.
2. Nadia Comăneci (1976, Montréal)
Com apenas 14 anos, a atleta romena Nadia Elena Comăneci (1961) tornou-se a primeira ginasta na história dos Jogos Olímpicos a conquistar a pontuação máxima possível (10), tendo alcançado este feito nas barras paralelas simétricas.
O seu extraordinário desempenho não só viria a valer-lhe três medalhas de ouro em Montréal, mas também a transformar a ginástica, elevando a fasquia da excelência.
As rotinas perfeitas de Comăneci e respetivas pontuações máximas cativaram a atenção de todo o mundo e inspiraram múltiplas gerações futuras de ginastas.
O seu sucesso continuou nas Olimpíadas de Moscovo, em 1980, no âmbito das quais conquistou mais duas medalhas de ouro.
3. Usain Bolt (2008, Pequim)
Usain St. Leo Bolt (1986), atleta jamaicano, obteve reconhecimento global através do seu eletrizante desempenho nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, tendo conquistado o ouro nas provas de 100 e 200 m e definido novos recordes mundiais em ambos os eventos.
Os seus tempos de 9,69 segundos nos 100 m e de 19,30 segundos nos 200 metros comprovaram que a sua velocidade e o seu carisma eram, pura e simplesmente, inigualáveis, valendo-lhe o título de “homem mais rápido do mundo”.
O seu domínio nas provas de corrida fez-se sentir nas edições seguintes das Olimpíadas, nos Jogos de Londres de 2012 e do Rio de Janeiro de 2016, onde conquistou mais medalhas de ouro, cimentando o seu legado como um dos melhores velocistas de todos os tempos.
4. Michael Phelps (2008, Pequim)
O nadador americano Michael Fred Phelps II (1985) fez história nos Jogos de Pequim de 2008 ao vencer oito medalhas de ouro, ultrapassando o recorde pertencente a Mark Spitz (1950), que havia conquistado sete medalhas de ouro numa única edição das Olimpíadas, em 1972, em Munique, na Alemanha.
As vitórias de Phelps incluíram conclusões dramáticas, como foi a sua vitória da prova de 100 m de mariposa por apenas um centésimo de segundo.
O seu sucesso em Pequim atesta as suas versatilidade e resistência, tendo competido numa multitude de provas; Phelps exerceu a sua dominância em edições seguintes dos Jogos Olímpicos, acabando por se reformar como o atleta olímpico mais condecorado de sempre, com um total de 23 medalhas de ouro.
Os suprarreferidos atletas não só alcançaram extraordinário sucesso nas respetivas modalidades desportivas, como deixaram também uma marca indelével na história dos Jogos Olímpicos, inspirando milhões de pessoas em todo o mundo e sublinhando a importância do poder unificador do desporto.
Recordes históricos
1. Bob Beamon (1968, Cidade do México)
Robert “Bob” Beamon (1946), atleta americano, entrou na história ao efetuar um salto em comprimento de 8,90 m, um recorde que se manteve de pé ao longo de 23 anos, até ter sido destituído por Mike Powell (1963) em 1991, com 8,95 m.
Ainda assim, o recorde de Beamon continua a ser um recorde olímpico e o segundo salto mais longo da história.
2. Florence Griffith Joyner (1988, Seul)
Mais conhecida por “Flo-Jo”, a atleta americana Florence Delorez Griffith Joyner (1959-98) definiu novos recordes mundiais (que ainda hoje continuam por quebrar) nas provas femininas de 100 e 200 m das Olimpíadas de 1988, em Seul, na Coreia do Sul, que lhe valeram três medalhas de ouro.
Flo-Jo é a mulher mais rápida do mundo; faleceu aos 38 anos, durante o sono, devido a uma crise epilética que sofreu na sequência de uma doença congénita.
Momentos de superação e inspiração
1. Cathy Freeman (2000, Sydney)
A vitória da atleta australoaborígene Catherine Astrid Salome “Cathy” Freeman (1973) na prova dos 400 m foi celebrada pelo seu transporte das bandeiras australiana e aborígene nas Olimpíadas de 2000, organizadas na sua pátria, apesar de a bandeira aborígene não ser reconhecida nem como uma bandeira nacional, nem pelo Comité Olímpico Internacional (COI).
Este momento simbolizou a reconciliação entre os povos aborígene e australiano (descendente de europeus) e o orgulho nacional de pertença à mesma pátria.
2. Muhammad Ali (1996, Atlanta)
Em 1996, o boxer americano Muhammad Ali (1942-2016), nascido Cassius Marcellus Clay Jr., lutava já contra a doença de Parkinson, mas não deixou de acender a chama olímpica dos Jogos de Atlanta, nos Estados Unidos, o que constituiu um momento poderoso e emotivo em celebração do centenário das Olimpíadas da Era Moderna.
Controvérsias e momentos polémicos
1. Saudação do “Poder Negro” (1968, Cidade do México)
Nas Olimpíadas de 1968, organizadas e acolhidas pela capital mexicana, os atletas afroamericanos Tommie Smith (1944) e John Carlos (1945) venceram medalhas de ouro e bronze, respetivamente, na prova dos 200 m.
Depois de subirem ao pódio, viraram-se ambos para a bandeira norte-americana e escutaram o hino nacional, «The Star-Spangled Banner», de queixo no peito e punho cerrado e erguido, com uma luva negra calçada.
Esta foi uma forma de protesto contra a política de segregação racial vivida nos Estados Unidos, no mesmo ano em que Martin Luther King Jr. e Robert F. Kennedy foram assassinados.
2. Massacre de Munique (1972, Munique)
O massacre de Munique foi um atentado terrorista liderado pela Organização Setembro Negro, oriunda da Palestina, durante as Olimpíadas de Munique de 1972, na República Federal da Alemanha, que resultou no assassinato de dois membros da delegação olímpica israelita, no rapto (e consequente assassinato) de outros nove membros da mesma delegação e no assassinato de um polícia alemão e de cinco dos oito terroristas.
Os três terroristas sobreviventes, Adnan Al-Gashey, Jamal Al-Gashey e Mohammed Safady, foram detidos e encarcerados, acabando libertados no mês seguinte ao do atentado, no âmbito de uma troca de prisioneiros provocada por um desvio de um jato comercial com vista à libertação dos três membros da Organização Setembro Negro.
Estima-se que a Mossad, os serviços secretos israelitas, tenham sido autorizados pelo governo a assassinar Adnan Al-Gashey e Safady como retaliação, embora Jamal Al-Gashey, primo de Adnan, continue foragido e refugiado no Norte de África há mais de 50 anos.
Momentos de unidade e paz
1. Coreia Unificada (2000, Sydney)
Nos Jogos Olímpicos de 2000 de Sydney, atletas da Coreia do Norte e da Coreia do Sul marcharam unidos, sob uma bandeira de unificação, simbolizando um sentimento de esperança pela paz e pela união da Península Coreana.
2. Muro de Berlim (1989)
Apesar de este não ter sido um evento no âmbito dos Jogos Olímpicos, a queda do Muro de Berlim, a 9 de novembro de 1989, permitiu que os atletas da República Federal da Alemanha e da República Democrática Alemã competissem juntos a partir do ano seguinte, depois da reunificação da Alemanha, simbolizando a unidade global.
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Se desejas conhecer quais os atletas nacionais mais condecorados num contexto olímpico, acede ao artigo intitulado «Jogos Olímpicos: quem são os atletas portugueses mais condecorados?».
Para concluir
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