Gabriel Batistuta tinha cabelos longos, que mais pareciam uma juba de leão. E o pontapé? O que dizer daquele senhor pontapé canhão, e que chutava de qualquer lado!
Jogou na maior parte do tempo em Itália. E numa época, em que não como a de hoje em que todos esperam ver quanto pontos de avanço vai ter a Juventus. Chegou a acabar primeiras voltas na liderança da Série A. Ganhou muita coisa, fosse com a camisola violeta ou a albiceleste, entre outras como a Roma onde chegou a ganhar o único Scudetto da sua carreira. Nasceu no Newell’s Old Boys e ainda antes de sair para Itália, viveu os dois lados da rivalidade histórica de Buenos Aires – River e Boca. Em Florença tornou-se lenda, onde fez dupla com o mastro Rui Costa, e teve direito a uma estátua de bronze que viveu no estádio Artemio Franchi até à mudança para Roma. O Inter de Milão foi passagem temporária antes do adeus no Médio Oriente.
Mas atenção, que este Batistuta esteve quase para fazer carreira no basquetebol devido à sua altura. Só que aos 8 anos, viu a sua Argentina vencer o Mundial de 1978. Inspirado, virou-se para os pontapés na bola e começou a sua aventura. Primeiro no clube da terra, o Platense… até ao dia de um jogo contra o Newell’s Old Boys. E depois, já todos sabemos a história que teve ainda ajuda do mentor Bielsa.
Pela Argentina Gabriel Batistuta somou 54 golos em 77 internacionalizações. Conquistou 2 Copas América, sendo o melhor marcador na primeira em que jogou. Há ainda uma Taça das Confederações e 3 presenças em Mundiais. Foi assim, resumida, claro, a história de um dos melhores avançados de sempre. Rui Costa, um dia, descreveu-o como “alguém que tinha uma paixão imensa” e que antes dos jogos dizia sempre: “hoje é para massacrar!”.
O final da carreira do Batistuta
Não foi em Milão o fim da carreira do Batigol. Foi bem longe de Itália, no Catar, onde vestiu a camisola do Al-Arabi e, apesar de a forma física já não ser a melhor, a classe que lhe corria nas veias fez-lhe marcar 25 golos e alcançar o recorde deste campeonato. Foi, sem dúvida, o último momento de felicidade antes do adeus forçado devido às lesões que foi tendo nos joelhos. O pós-futebol foi bem doloroso, pois mal conseguia caminhar devido às dores que os relvados deixaram-lhe. As pernas nunca mais foram as mesmas, mas uma cirurgia “salvou-lhe” a amputação. Batistuta conseguiu, entretanto, voltar a jogar futebol em encontros solidários. Já o pontapé canhão ninguém lhe tira, porque, felizmente, ele continua lá apesar de a vida ter-lhe tentado tirar.