O futebol é muito mais do que um jogo, disso não restam dúvidas – trata-se de um fenómeno global que fomenta a interligação de aspetos fundamentais à prosperidade do desporto-rei, como paixão e tradição.
Não obstante, existem questões de âmbito duvidoso que acabam por manchar a reputação desta modalidade desportiva e que, inevitavelmente, geram ensurdecedoras ondas de controvérsia.
Neste momento, o melhor exemplo para ilustrar essa mesma situação traduz-se pelo novo formato da Supertaça Espanhola, uma competição que, tradicionalmente, marca o início do novo calendário futebolístico daquela nação, tal como acontece com as provas homólogas de outros países e que a bwin, a maior plataforma online de apostas desportivas em Portugal, faz questão de incluir nos seus mercados de apostas de futebol.
Falamos, naturalmente, da Supertaça Cândido de Oliveira (Supertaça de Portugal), da FA Community Shield (Supertaça Inglesa) e da Supertaça Europeia da UEFA, eventos para os quais produzimos antevisões que poderás recuperar aqui mesmo, a partir do nosso blogue de prognósticos desportivos e guias de apostas.
Ora, a polémica em torno da Supertaça Espanhola está relacionada, como dizíamos, não só com o seu novo formato, como também com o local onde a mesma decorre, algo que abordaremos seguidamente com maior propriedade.
Supertaça Espanhola
Diferenças entre os formatos tradicional e moderno
A Supertaça Espanhola (ou Supercopa de España, originalmente) foi instituída em 1982 pela Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), sendo disputada num encontro único entre os vencedores do campeonato espanhol (La Liga) e da Taça do Rei (Copa del Rey).
Até 1995, se um determinado clube vencesse ambas as competições, o troféu ser-lhe-ia concedido automaticamente, sem sequer ter de ir a jogo, uma vez que não existiam rivais alternativos.
Contudo, e porque esta medida ia contra todos os princípios do futebol, foi empreendida uma remodelação em 1996, para que um potencial vencedor do campeonato e da Taça do Rei tivesse de competir pela Supertaça; foi então que ficou definido que o adversário seria a formação derrotada na Copa del Rey.
O formato da competição foi novamente sujeito a alterações pela RFEF, embora mais recentemente, em 2019, deixando de se jogar apenas uma final.
Neste momento, são quatro as equipas participantes, pelo que se disputam também meias-finais com o seguinte elenco: os campeões nacionais, os vice-campeões, os vencedores da Taça do Rei e os derrotados desta.
Em 2024 (e porque a competição decorre em janeiro, para não sobrecarregar a agenda dos clubes participantes), foi o Real Madrid quem conquistou o troféu, depois de derrotar o Barcelona; em todo o caso, o Barça continua a ser a formação mais bem-sucedida, somando um total de 14 vitórias, seguindo-se os Merengues, com 13.
O maior goleador da competição é o argentino Lionel Messi, tendo vencido o troféu oito vezes pelo Barcelona.
Curiosamente, ao longo das primeiras três edições do novo formato, nem os campeões nacionais, nem os vencedores da Taça do Rei chegaram à final, cabendo aos vices destas provas disputar a Supertaça.
Em resumo, a prova acabou por se transformar num minicampeonato, sendo o principal objetivo da RFEF gerar receitas superiores através de patrocínios e direitos de transmissão sobre mais jogos, o que não constitui nada de novo no mundo do desporto-rei.
As dúvidas em relação à legitimidade dos atuais moldes da competição surgiram, sobretudo, pela parceria estabelecida entre o órgão que a tutela e o governo do país que passou a recebê-la.
Transição de Espanha para a Arábia Saudita
A designação “Supertaça Espanhola” pressupõe que se trata de uma competição cujo âmbito geográfico é, precisamente, Espanha, embora não seja esse o caso desde há cinco anos.
Em novembro de 2019, a RFEF anunciou não só o novo formato da competição, como também a transferência da mesma para a Cidade Desportiva Rei Abdullah, em Gidá, na Arábia Saudita (apesar de a última edição ter sido disputada na capital, em Riade), respondendo, assim, à pergunta “onde se joga a Supertaça Espanhola?”.
A duração desta transação esteve inicialmente programada para três anos, valendo à RFEF cerca de €120 milhões, embora tenha sido estendida por uma década em junho de 2021, permanecendo em vigor, pelo menos, até 2029.
Críticas e controvérsia
Apesar de todo este sucesso, o boicote à prova não tardou, começando pelo diretor de programas desportivos do serviço público de radiotelevisão espanhol (RTVE), Jesús Álvarez, que declarou não estar interessado em obter os direitos de transmissão dos jogos, em protesto contra o histórico de abuso dos direitos humanos, em geral, e das mulheres, em particular, associado à Arábia Saudita.
Também o presidente da Liga Nacional de Futebol, Javier Tebas, se opôs à decisão, não só pela violação de direitos básicos e universais, mas também pela transmissão pirateada de futebol europeu da parte da beoutQ (em funcionamento entre 2017 e 2019), apesar de sempre ter defendido a internacionalização da Supertaça, no sentido de globalizar a primeira liga espanhola com recurso, principalmente, aos Estados Unidos.
À época, o então presidente da RFEF, Luis Rubiales, havia defendido que as mulheres poderiam assistir aos jogos in loco, sem quaisquer restrições, utilizando a transição como um argumento para justificar a transformação da sociedade.
Infelizmente para Rubiales, os seus esforços não compensaram a título pessoal, tendo-se visto forçado a abandonar a RFEF e a UEFA por conta do escândalo que envolveu o próprio e Jenni Hermoso, jogadora da seleção feminina espanhola, na cerimónia da final do Mundial Feminino de Futebol da FIFA de 2023, em Sydney, na Austrália, em que Espanha se sagrou campeã face a Inglaterra.
O consenso relativamente a esta significativa alteração é de que a RFEF prefere dar prioridade ao lucro financeiro, descartando toda e qualquer consideração ética, já para não falar da essência de que é feito o desporto-rei.
Para muitas vozes influentes da modalidade, todo este processo compreende uma profunda inconsistência, no sentido em que Espanha, sendo um estado de direito democrático conhecido pela sua posição de abertura face a questões de direitos humanos e paridade de género, parece querer comprometer a sua reputação ao aliar-se à Arábia Saudita.
Apesar de ter já empreendido algumas reformas no que diz respeito aos direitos femininos, como permitir que as mulheres assistam a jogos de futebol nos estádios, a Arábia Saudita é acusada de promover uma falsa primavera, pautada por medidas reformadoras meramente superficiais.
Além do mais, toda esta transição tem estado a contribuir para inúmeros debates sobre o futuro do futebol e a influência que o dinheiro tem sobre o desporto; as receitas provenientes de países como a Arábia Saudita estão cada vez mais a transformar o futebol europeu, mas à custa de quê?
Os novos formato e localização da Supertaça Espanhola levantam dúvidas sobre o equilíbrio a manter entre tradição e modernização, questionando-se, inclusivamente, se a essência do desporto não estará a ser completamente ignorada no âmbito deste processo.
Impacto sobre apostas desportivas
As alterações feitas à Supertaça Espanhola também tiveram implicações substanciais no ramo das apostas desportivas: agora que a competição inclui mais equipas e decorre num país diferente, os apostadores devem adaptar as respetivas estratégias.
A imprevisibilidade do novo formato, aliada às condições disponibilizadas pela Arábia Saudita (cuja liga principal é possível acompanhar em Portugal, dada a participação de várias figuras nacionais), poderá inesperadamente influenciar os resultados.
Se aqui estás, é porque, seguramente, te interessas por apostas de futebol, pelo que será boa ideia deixares-te ficar pelo nosso blogue quando terminares a leitura deste artigo, devendo consultar seguidamente o guia que te explica como apostar em futebol, de modo a teres bem presente o funcionamento do processo de apostas através da plataforma da bwin.
Podemos desde já adiantar que determinados fatores como o cansaço da viagem e as diferentes condições climatéricas poderão ser decisivos no que toca ao apuramento dos vencedores da Supertaça Espanhola.
Para concluir
O novo formato da Supertaça Espanhola, a par da sua transição para a Arábia Saudita, constitui uma considerável mudança no seio do mundo do futebol.
Estas alterações trazem, sobretudo, benefícios financeiros à RFEF, assim como uma cada vez maior visibilidade, mas não deixam de exercer influência sobre questões intrínsecas de valores e ética.
Para já, resta-nos apenas procurar saber de que outras formas é que esta iniciativa influenciará não só esta prova em concreto, mas todo o panorama do futebol internacional.