A Liga dos Campeões da UEFA é, desde a sua fundação em 1955 (altura em que era conhecida por “Taça dos Clubes Campeões Europeus”, até ter sido objeto de reformulação, em 1992) o expoente máximo do futebol de clubes da Europa, tendo vindo a cativar adeptos de todo o mundo com encontros em que tudo está literalmente em jogo, assim como rivalidades historicamente intensas.
A presente época de 2024/25 marca a 70.ª edição da competição, que trouxe consigo uma substancial transformação através da introdução de um novo formato cujo objetivo é procurar incrementar o sentido de competitividade e o visionamento da parte dos telespectadores.
Ao longo deste artigo, da autoria da bwin, a maior plataforma online de apostas desportivas em Portugal, abordaremos a complexidade inerente ao novo formato desta prova, identificando as equipas que poderão beneficiar do mesmo, assim como o impacto sobre as formações participantes e os respetivos adeptos, de modo a aferirmos se o torneio se torna efetivamente mais competitivo.
Como funciona o novo formato da Liga dos Campeões da UEFA?
Tal como te explicámos supra, a época de 2024/25 da Liga dos Campeões da UEFA trouxe consigo algumas alterações ao formato da competição, começando, desde logo, pelo número de equipas participantes, que foi aumentado de 32 para 36, substituindo-se a tradicional fase de grupos por uma fase de liga única.
Nesta reestruturação, cada equipa disputa oito encontros com oito adversários diferentes, jogando quatro partidas em casa e outras tantas fora.
As oito equipas mais bem classificadas na fase de liga são automaticamente apuradas para os oitavos-de-final, enquanto as formações classificadas entre as 9.ª e 24.ª posições (inclusive) deverão jogar um play-off de duas mãos, de modo a poderem progredir para as rondas eliminatórias.
Já as equipas posicionadas entre os 25.º e 36.º lugares (inclusive) são eliminadas das competições europeias até ao final da época.
Este formato é inspirado pelo “sistema suíço”, normalmente implementado em torneios de xadrez e competições de eSports.
Resumidamente, este sistema rege-se pelos seguintes princípios:
Estrutura em modo de liga
- Todas as equipas participantes competem numa fase de liga única, em vez de serem repartidas por grupos fixos;
- Cada equipa disputa um número predeterminado de jogos (oito, no caso da Liga dos Campeões da UEFA).
Variedade de adversários
- As formações em competição defrontam adversários diferentes em cada duelo, de modo a eliminar a possibilidade de repetição de encontros numa mesma fase;
- Os adversários são determinados através de um sistema de cabeças-de-série e demais critérios, com vista ao equilíbrio do nível de competição.
Parelhas dinâmicas
- Existem competições alicerçadas nos princípios do “sistema suíço” em que a definição das parelhas é dinâmica, baseando-se quer em estatísticas, quer no desempenho verificado no final de cada encontro; no caso da Liga dos Campeões da UEFA, estas regras são ligeiramente modificadas, de forma a predeterminar parelhas com recurso a coeficientes e apuramento de cabeças-de-série.
Eliminação inexistente
- Todas as equipas permanecem em competição ao longo da fase de liga, o que lhes confere mais oportunidades para acumularem pontos e, assim, poderem progredir.
Ao implementar uma versão própria deste sistema, a UEFA pretende garantir que as equipas em competição enfrentam um leque variado de adversários, tornando a experiência mais dinâmica e atrativa tanto para os atletas, como para os adeptos.
Além do mais, este formato favorece o aumento do número de duelos de elevado gabarito, despertando o interesse de múltiplas estações de televisão em adquirir os direitos de transmissão desses jogos em particular.
Equipas que podem beneficiar com as mudanças
O novo formato da Liga dos Campeões da UEFA para a época de 2024/25, que havíamos já sucintamente abordado no artigo «Formato das Competições Europeias», publicado no nosso blogue de prognósticos desportivos e guias de apostas, poderá revelar-se controverso, considerando que as equipas de topo das principais ligas europeias (La Liga, Premier League, Serie A, Bundesliga, Ligue 1, etc.) são as maiores beneficiárias.
Os clubes com grandes plantéis e mais recursos financeiros não têm qualquer problema em gerir um calendário mais preenchido, facilmente alcançando um equilíbrio entre as exigências dos respetivos campeonatos domésticos e as desta competição em particular, sendo que poderão rodar os seus jogadores eficazmente, com vista à preservação do desempenho coletivo em várias provas.
Mais ainda, as equipas com coeficientes da UEFA mais elevados registam uma maior probabilidade de serem sorteadas favoravelmente, o que poderá resultar num conjunto de adversários mais equilibrado durante a fase de liga.
Por exemplo, clubes como o Bayern de Munique (orientado por Vincent Kompany, belga de 38 anos), o Real Madrid (campeão em título, liderado por Carlo Ancelotti, italiano de 65 anos) e o Manchester City (comandado por Pep Guardiola, catalão de 53 anos) são conhecidos pela substância dos seus plantéis, assim como prestações consistentes em competições europeias.
A sua vasta experiência na gestão de um calendário congestionado, a par da sua capacidade de adaptação tática, poderá colocá-los num patamar que lhes permitirá capitalizar com a reestruturação da prova.
Impacto do novo formato nos clubes e nos adeptos
A implementação do novo formato da Liga dos Campeões da UEFA compreende várias implicações tanto para os clubes, como para os respetivos adeptos, a saber:
Calendário exaustivo
Sendo que cada equipa tem garantidamente oito partidas para disputar na fase de liga, o número de encontros aumenta, naturalmente.
Apesar de tal criar mais oportunidades para o incremento das receitas através de bilheteiras e direitos de transmissão, a exaustão dos jogadores é inevitável, tornando a sua rotação mais desafiante para os treinadores de clubes com menos possibilidades de manter um plantel numeroso.
Dedicação dos adeptos
Quem tem verdadeiro amor ao desporto-rei pode regozijar-se com o leque alargado de jogos, possivelmente disputados entre equipas que nunca se haviam encontrado na antiga fase de grupos.
Esta diversidade contribui para a melhoria da experiência de visualização, oferecendo aos adeptos novas narrativas e rivalidades.
Por outro lado, com o incremento do número de jogos, poderá tornar-se mais difícil para os adeptos conseguirem assistir aos duelos previstos nos calendários dos campeonatos nacionais quer presencialmente, quer através da televisão (ou serviços de streaming).
Considerações financeiras
Como tínhamos referido anteriormente, os clubes de elite têm todas as condições para poderem tirar proveito de fluxos de caixa adicionais; já os clubes de menores dimensões poderão ver-se a braços com as exigências de um calendário mais preenchido, não apenas em relação ao cansaço dos plantéis, mas também no que toca aos custos associados a viagens, estadas, salários e necessidade de mais jogadores.
Os prémios pecuniários concedidos pela UEFA (que listámos no artigo «A jornada do Sporting na Liga dos Campeões: desafios e ambições futuras») por cada fase da competição transposta, a par das receitas geradas a partir da aquisição dos direitos de transmissão dos jogos, são fundamentais para a determinação da viabilidade económica dos clubes.
Análise: será o novo formato mais competitivo?
A transição para um formato de fase de liga única tem por objetivo aumentar a competitividade da Liga dos Campeões da UEFA, garantindo que todos os jogos poderão contribuir para a progressão de qualquer equipa para as fases eliminatórias.
A inexistência de uma fase de grupos convencional significa que as equipas participantes não podem contar apenas com alguns resultados favoráveis para avançarem na competição – o seu desempenho deverá ser consistente ao longo de todos os oito duelos a disputar.
Em todo o caso, existe alguma preocupação quanto aos potenciais benefícios de que os clubes de elite poderão tirar partido no contexto do novo formato, ainda que inadvertidamente.
O aumento do número de partidas a jogar poderá produzir o efeito exatamente contrário àquilo que se pretende, ao promover uma diferença ainda mais substancial entre equipas de topo e clubes menos conhecidos.
Além do mais, e considerando que o sorteio das equipas é influenciado pelos coeficientes da UEFA, poderá existir uma disparidade considerável entre adversários, afetando o equilíbrio de forças a que a competição tanto almeja.
De notar, por outro lado, que a eliminação da tradicional fase de grupos veio reduzir a previsibilidade das parelhas que saem do sorteio, o que poderá conduzir a resultados inesperados e oportunidades para equipas habitualmente preteridas chegarem mais longe no seio da Liga dos Campeões da UEFA.
É precisamente essa imprevisibilidade (assim o espera o órgão regulador do futebol europeu) que tornará a competição ainda mais apelativa, fomentando um sentido de entusiasmo e antecipação da parte tanto de adeptos, como de apostadores.
Esta é, afinal, uma das maiores oportunidades que o calendário desportivo te oferece para colocares apostas de futebol quer em grandes equipas, quer em clubes desconhecidos ou de menor importância.
Para tal, aconselhamos-te a leitura do nosso guia que te explica como apostar em futebol, de modo a ficares a par de todos os procedimentos que deverás adotar ao interagires com a nossa plataforma de apostas desportivas.
A propósito de termos falado em clubes normalmente considerados como não tendo hipóteses numa competição como esta, talvez queiras informar-te sobre o que é o handicap nas apostas desportivas, para que possas atribuir uma vantagem virtual àquelas equipas (em número de golos, por exemplo) ou uma desvantagem às formações tidas como sendo de topo.
Mais à frente na competição, quando for sempre a eliminar, não haverá lugar a empates, pelo que sugerimos que tentes saber se o prolongamento conta nas apostas desportivas.
Para terminar
O novo formato da Liga dos Campeões da UEFA para a época de 2024/25 constitui uma alteração substancial cujo objetivo é, sobretudo, aumentar a competitividade da prova.
Há que notar que, apesar de proporcionar potenciais vantagens das mais diversas naturezas a clubes de elite, esta reestruturação poderá também configurar-se como um obstáculo a ultrapassar da parte de clubes de toda a Europa.
O verdadeiro impacto destas mudanças, contudo, só poderá ser aferido à medida que a época se desenrolar, cabendo aos dirigentes da UEFA avaliar, posteriormente, se o novo formato efetivamente traz equilíbrio à competição ou se, por outro lado, as hierarquias já estabelecidas no contexto do futebol europeu sairão reforçadas.
Tratando-se da edição inaugural a compreender estas alterações, há ainda que concluir de que forma é que as estratégias implementadas pelos técnicos, o desempenho dos jogadores e as decisões dos dirigentes desportivos influenciarão as perspetivas das partes envolvidas para as competições europeias, independentemente de nos referirmos à Liga dos Campeões, à Liga Europa ou à Liga Conferência, todas tuteladas pela UEFA.
Em última instância, o sucesso do novo formato será mensurado pela capacidade de a Liga dos Campeões da UEFA proporcionar momentos de futebol extasiantes, simultaneamente mantendo a integridade e a inclusividade pelas quais a prova se rege.
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