Neemias Queta vai concretizar aos 22 anos o sonho de menino de jogar na NBA pelos Sacramento Kings.
Desde 2018 a viver nos EUA, Neemias Esdras Barbosa Queta, foi eleito na 39.ª posição do “draft”. Estando agora quase, quase a juntar-se à elite do basquetebol. A época 2021/22 arranca em 19 de outubro.
“Quando dizia que queria chegar à NBA, houve pessoas que se riram na minha cara, houve pessoas que disseram que não era possível. E eu não me preocupei com isso. Tens de acreditar no que tu achas que és capaz de fazer”, disse o internacional português.
Curiosamente, deverá iniciar a sua carreira na NBA na cidade onde brilhou no feminino, na WNBA, a base portuguesa Patrícia ‘Ticha’ Penicheiro. Nascida na Figueira da Foz, e que jogou 12 épocas nas Sacramento Monarchs, sagrando-se campeã em 2005.
As origens de Neemias Queta
Neemias Queta fez-se jogador no Barreiro, no Barreirense, onde alinhou pelos sub-14, sub-16 e sub-18, antes de rumar ao Benfica, em 2017/18. Onde jogou maioritariamente na equipa secundária, na Proliga, com pequenas passagens pela principal formação.
O poste, nascido em 13 de julho de 1999, terminou a primeira época nas águias sem deslumbrar. Por essa altura, quando completava 19 anos, decidiu sair para a Universidade de Utah State. Apesar da equipa desta universidade não pertencer à elite do basquetebol da NCAA, começou cedo a mostrar o seu valor, até virar ídolo e referência.
Sacramento
Os Kings escolheram um atleta que apesar de não ser um exímio lançador, é um especialista na defesa. Onde se destaca nos desarmes e a “limpar” tabelas para garantir ressaltos.
No capítulo ofensivo, Neemias Queta tem evoluído apesar de não ser comum vê-lo a lançar triplos. De 2018/19 a 2020/21, no capítulo universitário, o internacional luso teve médias de 13 pontos, 9 ressaltos, 2,5 desarmes de lançamento e 2 assistências, com cerca de 60% nos lançamentos de campo. São médias dos três anos, mas há outros números, que mostram que ainda há espaço para evoluir. Somou 12 pontos de média na primeira época, 13 na segunda e 15 na terceira. Em 2020/21, teve uma média de 15 pontes no “duplo duplo” e 10 ressaltos, mais um recorde de 3 desarmes de lançamento, fazendo com que fosse um dos quatro finalistas ao prémio Naismith de melhor defesa do ano do basquetebol universitário (NCAA).
Neemias destacou-se individualmente e ajudando os Utah State ao triunfo na Conferência Montain West em 2019 e 2020. Em 2021, não repetiu o feito, mas chegou, ainda assim, ao ‘March Madness’.
“Após conversas com a minha família e os membros da equipa técnica da Universidade de Utah State, decidi perseguir o meu sonho de jogar na NBA e declaro-me para o “draft” da NBA de 2021”, escreveu na sua conta no Twitter.
Em 2019, também se declarou elegível e acabou por recuar, mas, desta vez, a decisão era irreversível e jovem luso faz agora parte da NBA e em 2021/22 vai tornar-se no primeiro português a jogar na NBA. Assim, Neemias Queta vai concretizar o sonho, que já foi de Carlos Lisboa, nos anos 80 do século passado, e de João “Betinho” Gomes, mais recentemente.